Walace Juliare
Walace Juliare é pastor da Igreja Templo
Batista Bíblico em São José dos Campos. Formado em Teologia e mestre em
Ministério Pastoral com ênfase em Educação Teológica pelo Seminário
Bíblico Palavra da Vida (SBPV), atualmente cursa bacharelado em Teologia
na Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina - PR. É professor de
Teologia no Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba (CETEVAP),
no Seminário Batista Regular de São Paulo (SEBARSP) e Seminário
Teológico de Guarulhos (STG).
"Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo" (Fp 3:7). Com estas palavras, o apóstolo Paulo enfrenta a oposição que afetava a igreja em Filipos (Fp 1:28; 3:2, 18).
Seus opositores orgulhavam-se da
circuncisão (3:2); gloriavam-se em ser judeus e detentores dos rituais;
afirmavam possuir a justiça baseada na lei (3:9) e conduziam a igreja no
enfrentamento de alguns erros sérios, como: achar que tinham atingido a
perfeição nesta vida (3:15) ou alimentar a presunção e vaidosa
superioridade (2:3) que induziam ao egoísmo.
Diante disso, o apóstolo Paulo defende a
igreja dos falsos pastores e das falsas doutrinas, apelando para o que
movia sua vida e interesses. Seu alvo era ajudar a igreja a buscar valor
naquilo que era importante e não na pressão exercida pelos opositores,
que supervalorizavam títulos e posições.
O apóstolo Paulo afirma que nada pode ter mais valor do que Cristo na vida do salvo (7-8).
A valorização dos judeus não era legítima (vv.4-6), portanto o único
lucro deveria ser o Senhor Jesus. Esse termo "lucro" é plural, sugerindo
que Paulo ajunta todos os privilégios e reivindicações da seção
precedente, coloca tudo num pacote e depois, surpreendentemente,
considera tudo como perda.
A motivação do apóstolo o levou a tomar
uma atitude diária firme e não neutra, pois ele rejeitou, com desprezo,
qualquer posição que tentava sobressair-se a Cristo em sua vida (v.8).
O que se entende é que "meias medidas" não adiantam. A vida cristã não fará sentido se Cristo não for o sentido dessa vida!
Outra descoberta do apóstolo é que nada pode ser mais desejado do que Cristo na vida do salvo (8b-11).
A fé consiste em conhecer a Cristo, e esta íntima união com o Senhor
ressurreto só é possível quando se compartilha Seus sofrimentos,
tornando-se como Ele em Sua morte ou na comunhão dos seus sofrimentos.
Por isso, "alcançar a ressurreição dos mortos" trata-se de uma
convocação para que se conheça a Cristo numa vida de serviço, sofrimento
e em labutas difíceis, iguais aos que ele próprio estava experimentando
no decurso de sua obra apostólica.
A pergunta crucial para nossa geração - e
para cada geração - é: se você pudesse ter o céu, sem doenças, com
todos os amigos que tinha na terra, com toda a comida que gostava, com
todas as atividades relaxantes que já desfrutou, todas as belezas
naturais que já contemplou, todos os prazeres físicos que já
experimentou, nenhum conflito humano ou desastres naturais, ficaria
satisfeito com o céu, se Cristo não estivesse lá? (Piper, Deus é o
Evangelho, p. 14)
O interesse em Cristo, maculado pelos
interesses pessoais, invalida a fidelidade do salvo. Jesus não pode nem
deve ser usado como um trampolim para buscas particulares. Quando o
salvo entende que vive por causa de Cristo e para sua causa, ele abre
mão de suas próprias causas, para glorificar Aquele que está acima de
todos os interesses humanos.
A Palavra de Deus nos convoca a crer e a afirmar como Paulo: "Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo". Jim
Ellyot, missionário assassinado pelos índios Alcas, no Equador, disse
certa vez: "Aquele que dá o que não pode guardar, para ganhar o que não
pode perder, não é tolo". Abrir mão de privilégios, autojustificação,
desejos terrenos é essencial no processo de viver para a glória de Deus.
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Fonte: Editora Fiel Divulgação: Massoreticos
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