QUANTO VALEM E$$A$ VIDA$? |
Depois de ler uma história como esta, de mártires que desprezaram sua própria vida por amor a Cristo, de uma mãe alegre ao ver seu filho ser honrado com as marcas de Cristo, você ainda consegue pregar o evangelho que você prega? Você ainda consegue pregar um evangelho de paz, felicidade e sucesso terrenos? Você consegue afirmar que eles não tiveram fé o suficiente para decretar dias melhores? Você consegue viver esse mesmo cristianismo que você diz viver?
A porta é estreita; O caminho, apertado; O chão, coberto de sangue; Tire seus calçados; o lugar que você pisa é santo.
O impiedoso Galério com o seu grande prefeito Asclepíades invadiu a
cidade de Antioquia no intuito de, pela força das armas, fazer todos os
cristãos renunciar radicalmente à sua pura religião. Naquele dia os
cristãos encontravam-se reunidos, e um certo Romano foi correndo
anunciar-lhes que os lobos estavam por perto querendo devorar o rebanho
cristão. — Mas não tenham medo — disse ele — nem deixem que esse
iminente perigo os perturbe, meus irmãos. — Aconteceu então que, pela
grande graça de Deus atuando em Romano, velhos e matronas, pais e mães,
mancebos e donzelas, mostraram todos a mesma vontade e decisão, estando
mais do que dispostos a derramar o próprio sangue em defesa da fé que
professavam.
Chegou ao prefeito a notícia de que um
pelotão de soldados armados não conseguiu arrancar o báculo da fé das
mãos da congregação de cristãos, e tudo porque Romano os instigou com
tal veemência que eles não hesitaram em oferecer a própria garganta,
desejando morrer gloriosamente pelo nome de Cristo. — Encontrem o
rebelde — disse o prefeito — tragam-no à minha presença para que ele
responda por toda a seita. — Ele foi apreendido e, amarrado como uma
ovelha conduzida ao matadouro, foi apresentado ao imperador, que,
fixando-o com semblante irado, disse: — Como! És tu o autor da revolta?
És tu a causa de tantos perderem a própria vida? Juro pelos deuses que
tu hás de pagar caro por isso. Primeiro, na tua carne sofrerás as dores
para as quais animaste o coração dos teus colegas.
Respondeu Romano: — A tua sentença, ó prefeito, eu a recebo com alegria.
Não me recuso a ser sacrificado pelos meus irmãos, por mais cruéis que
sejam os meios que tu possas inventar. No que se refere ao fato de que
os teus soldados foram repelidos pela congregação cristã, isso apenas
aconteceu porque era inadmissível que idólatras e adoradores de demônios
entrassem na casa de Deus e poluíssem o lugar da verdadeira oração.
Então Asclepíades, absolutamente furioso com essa intrépida resposta,
ordenou que Albano fosse amarrado com os braços presos ao corpo e depois
eviscerado. Os próprios carrascos, que tinham um coração mais piedoso
que o do prefeito, intercederam: — Não pode ser, senhor. Este homem é de
uma família nobre. É ilegal submeter um nobre a morte tão ignóbil. —
Respondeu o prefeito: — Que seja então flagelado com açoites com pontas
de chumbo. — Em vez de lágrimas, suspiros e gemidos, ouviu-se a voz de
Albano cantando salmos durante todo o tempo da flagelação, pedindo aos
algozes que não o poupassem pela sua nobreza. — Não é o sangue dos meus
progenitores — dizia ele — mas sim a profissão de fé cristã que me faz
nobre. — As salutares palavras do mártir eram como óleo para o fogo da
fúria do prefeito. Quanto mais o mártir falava, mais enlouquecido ele
ficava, a ponto de ordenar que as ilhargas do mártir fossem perfuradas a
faca até aparecer o branco dos ossos.
Quando Romano pela segunda vez pregou o Deus vivente, o Senhor Jesus
Cristo, Seu Filho bem-amado, e a vida eterna por meio da fé no Seu
sangue, Asclepíades ordenou aos carrascos que lhe esmurrassem a boca até
que seus dentes fossem arrancados e sua pronúncia acabasse também
afetada. A ordem foi cumprida: ele foi esmurrado, suas sobrancelhas
foram rasgadas a unha e suas faces perfuradas a faca; a pele da barba
foi pouco a pouco arrancada; finalmente, seu belo rosto estava todo
deformado. Disse o dócil mártir: — Eu lhe agradeço, ó prefeito, por ter
aberto em mim muitas bocas, com as quais posso pregar a Cristo, meu
Senhor e Salvador. Veja cada ferida que eu tenho é uma boca louvando e
cantando a Deus.
O prefeito, assombrado com essa singular constância, ordenou que
suspendessem as torturas. Ameaçou o nobre mártir com o fogo cruel,
insultou-o e blasfemou a Deus dizendo: — O teu Cristo crucificado não é
mais que um Deus de ontem. Os deuses dos gentios são de extrema
antigüidade.
Nesse ponto Romano, aproveitando a ocasião, fez um longo discurso sobre a
eternidade de Cristo, sua natureza humana, e sobre a sua morte e
expiação pela humanidade. Em seguida, disse ele: — Dê-me, ó prefeito,
uma criança de apenas sete anos, idade isenta de malícia de outros
vícios com os quais a idade mais madura geralmente está infectada, e o
senhor ouvirá o que ela tem a dizer. — Seu pedido foi aceito.
Dentre a multidão chamou-se um menininho que foi colocado diante do
mártir. — Dize-me, filhinho — disse ele — se tu achas que há razão para
que adoremos a um só Cristo, e em Cristo a um só Pai, ou então para que
adoremos a muitos deuses. Ao que o menininho respondeu: — Certamente
Aquele que os homens afirmam ser Deus (seja o que for), deve ser um só; e
o que lhe é próprio é único. Porque Cristo é único, Cristo é
necessariamente o verdadeiro Deus, pois nós crianças não podemos
acreditar que existam muitos deuses.
A essa altura o prefeito, tomado de puro espanto, disse: — Tu, jovem
vilão e traidor, onde e de quem aprendeste essa lição? — De minha mãe —
disse a criança. — Com seu leite suguei a lição de que devo crer em
Cristo. Chamou-se a mãe, e ela de bom grado se apresentou. O prefeito
ordenou que a criança fosse pendurada e açoitada. Os condoídos
espectadores desse ato impiedoso não conseguiam controlar as lágrimas.
Apenas a mãe, exultante e feliz, a tudo assistia com as faces secas. Na
verdade, ela repreendeu o seu doce filhinho por implorar um gole de água
fria. Disse-lhe para ter sede da taça da qual outrora beberam os
infantes de Belém, deixando de lado o leite e as papinhas de suas mães.
Ela o encorajou a lembrar-se do pequeno Isaque que, vendo a espada com a
qual seria abatido e o altar sobre o qual seria queimado em sacrifício,
de boa mente apresentou o tenro pescoço ao golpe da espada do seu pai.
Enquanto era dado esse conselho, o sanguinário algoz arrancou o couro do
alto da cabeça do menino, com cabelo e tudo. Gritou então a mãe: —
Agüenta, filhinho! Logo tu verás Aquele que te enfeitará a cabeça nua
com uma coroa de glória eterna. — A mãe consola, a criança sente-se
consolada; a mãe anima, o menininho sente-se animado e recebe os açoites
com um sorriso no rosto.
O prefeito, percebendo que a criança era invencível e sentindo-se
derrotado, mandou o abençoado menininho para a fétida masmorra e deu
ordens para que as torturas de Romano, principal autor destas maldades,
fossem repetidas e intensificadas.
Assim, Romano foi trazido outra vez para novos açoites, devendo os
castigos ser renovados e aplicados sobre as suas velhas feridas. O
tirano já não agüentava mais; era necessário apressar a sentença de
morte. — É penoso para ti — disse ele — continuar vivo por tanto tempo?
Não tenhas dúvida de que uma flamejante fogueira será em breve
preparada. Nela tu e aquele menino, teu companheiro de rebelião, sereis
consumidos e transformados em cinza. — Romano e o menininho foram
conduzidos para a execução. Ao chegarem ao local escolhido, os carrascos
arrancaram o filho da sua mãe, que o tomara nos braços. A mãe,
limitando-se a beijá-lo entregou a criancinha. — Adeus! — disse ela —
Adeus, meu doce filhinho. Quando tiveres entrado no reino de Cristo, lá
no teu abençoado estado lembra-te da tua mãe. — E enquanto o carrasco
aplicava a espada ao pescoço da criancinha, ela cantou assim:
Todo louvor do coração e da voz Nós te rendemos Senhor. Neste dia em que a morte deste santo Recebes com muito amor.
Tendo sido cortada a cabeça do inocente, a mãe a
envolveu em seu vestido e a segurou no colo. Do lado oposto, uma grande
fogueira foi acesa na qual Romano foi atirado. No mesmo instante desabou
uma grande tempestade. Finalmente o prefeito, sentindo-se confuso
diante da força e coragem do mártir, deu ordens rigorosas para que ele
fosse reconduzido à prisão, onde deveria ser estrangulado.[1]
[1] Extraído de O Livro dos Mártires
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Foi com lágrimas nos olhos que terminei de ler este artigo. Triste em saber que mesmo muitos sabendo da verdade preferem manipulá-la. Como o próprio nome do site que retirei este artigo eu digo, "Voltemos ao Evangelho"
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Fonte: Voltemos ao Evangelho Divulgação: Massoreticos
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